
Gráfica 6, Gustavo Speridião, 2015
Coordenação: Guilherme Gutman
Ementa do curso
Este curso tem como principal foco o que a psicanálise e a filosofia nomeiam de uma erótica, articulada e enriquecida pela arte.
Sempre que o amor – latu senso – for tematizado, será interessante que se retorne ao livro que é a matriz dos modos de amar no Ocidente: O Banquete, de Platão.
Em um tempo no qual as formas de amar se deslocam, produzindo inflexões culturais estimulantes nas quais podemos todos estar embebidos, apresentaremos, em consonância com o inconsciente freudiano, as acelerações e desacelerações do tempo, no amor e na arte. Em consonância com a psicanálise deslizaremos pelo que há de celeste e de terrestre nos lances capitais das relações amorosas.
No amor, há sempre alguém que ama e alguém que é amada; há sempre algo que cintila naquele que é o amado, empurrando desejosamente o sujeito amante a pessoas, coisas, lugares, criações.
No amor, há quem deixe um e há quem seja deixado por outro; no amor “terrestre”, não há mais nada que não seja isso. Contudo, deslizando para trás e para a frente no tempo, envolvidos e revolvidos pela arte, haverá no enlaçamento amoroso algo que, com seus objetos desconcertantes ainda nos elevará a sete palmos da terra.
Descrição das aulas
Curso semanal, em 4 encontros virtuais via plataforma Zoom, às quintas, das 18 às 21h, em 28; 04, 11 e 18 de Junho.
1. Retornos (28/05)
O Inconsciente.
Sonhos, atos falhos, chistes e sintomas.
O texto original.
Com delicadeza, apresentaremos no primeiro encontro dois conceitos fundamentais da psicanálise: o inconsciente e o amor de transferência. Articulados à arte – nesta primeira aula, à literatura em especial, esses conceitos psicanalíticos se abrem a muitos assuntos; mais amplamente, à vida em tempos estranhos.
2. Amor (04/06)
O Banquete
“A relação sexual não existe”.
A significação do amor se dá quando de amado, se passa a amante.
Neste encontro, buscaremos alguma intimidade com este texto matriz sobre o amor. Ao enlaçarmos autores e campos do pensamento, alimentamos a esperança de que desta empreitada surja algo que modifique a nossa experiência em tempos sombrios.
3. Tempo (18/06)
Tempo lógico.
A música “manobra” o tempo.
O Real da arte.
Aqui, acrescentamos à nossa erótica, as dimensões do tempo. Há o tempo de olharmos e de esperarmos; há o tempo de entendermos; e, finalmente, o tempo de que algo se faça nesta época de desconcerto e que nos pedem criatividade e ação.
4. Uma erótica do tempo (25/06)
A espera e a pintura.
O paradoxo do futuro contingente.
Tempo erótico e corte.
Pela via da contemplação de imagens de pinturas, e outras formas das artes visuais, articularemos uma forma de pensar na qual o transcorrer erótico do tempo torne a experiência real em tempos de espanto.
Bibliografia
Freud, S. O uso da interpretação dos sonhos na psicanálise (1911).
Lacan, J. O tempo lógico e a asserção de certeza antecipada (1945/1966) em Escritos, Rio de Janeiro, Zahar, 1998.
Platão. O Banquete (trecho 199c – 223d).
Inscrições e valores
Valores por aula:
2 aulas: R$ 120
4 aulas: R$ 200
Informações e inscrições pelo e-mail: galeriaaymore@gmail.com
Sobre o professor
Guilherme Gutman possui graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (1993), Mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1999) e Doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2005). Atualmente é professor Adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Psiquiatria, Psicanálise, Arte, História das Ciências, Psicologia e Saúde Mental. Realiza pesquisa na área de intersecção entre a psicanálise, a psicopatologia, a filosofia e a arte.